ESCRITA SOBRE O TEXTO "MAL ESTAR NA ARQUITETURA"
Ler o texto “O mal
estar na arquitetura”, de José dos Santos Cabral Filho, me induziu a refletir
sobre certos temas e problemas que permeiam a Arquitetura contemporânea. De
início, o texto discorre sobre o espaço e o tempo e estabelece que o objeto
arquitetônico não pode ser, ao menos não exclusivamente, apenas um de tais
conceitos. Assim, passa-se a analisá-lo como um instrumento
para correlacionar ambos, o espaço e o tempo, com determinada particularidade.
Além disso, o autor percorreu temas como a relação entre o ambiente
arquitetônico e o indivíduo e, também, hipóteses e questionamentos sobre a
razão pela qual começamos a arquitetar. Diante dessa introdução,
destacarei alguns pontos que me cativaram o olhar e farei alguns comentários
sobre.
Em primeiro plano, o
escritor, ao relacionar a Arquitetura como um ato de coragem contra Deus fez-me
relembrar do conto “Os dois reis e os dos labirintos” do argentino Jorge Luis
Borges. Em tal conto, existem dois labirintos, um natural, o deserto da Arábia,
e um artificial, criado pelo homem, sendo o último considerado uma afronta a
Deus, já que construções/operações como aquela, confusa e maravilhosa, estariam
reservadas ao divino. O desfecho do conto dá-se quando um dos reis, cheio de
orgulho e de arrogância, tenta “conquistar” o labirinto natural e acaba
morrendo. Assim, com base em ambos os textos, é possível perceber que o conto e
a redação composta por Cabral ilustram um ponto de vista convergente, ao promover
uma indagação sobre a Arquitetura como provocação. Entretanto, a publicação do
Professor vai além ao apontar a Arquitetura como uma mescla dos sentimentos de
orgulho e de culpa, já que as construções feitas pelo homem seriam uma forma de
recriar o paraíso na Terra e, assim, atiçar Deus. Vale ressaltar um comentário
feito pelo Professor durante a aula, em que ele pontua que “reconstrução do
paraíso” manifesta-se de diferentes formas, por exemplo: hoje ela se daria
através do uso de tecnologias.
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